olá a todos : -)

* Discalculia é um termo ainda pouco falado nos dias de hoje, e a existência de literatura acerca do mesmo é escassa.*
* Foi por esse mesmo motivo que escolhi esta temática, como forma de divulgar mais informação da mesma.*
* Espero que algumas das vossas dúvidas fiquem esclarecidas e que o vosso conhecimento sobre o tema fique mais reforçado.*
* Obrigada e espero que gostem.
; -)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

As causas da discalculia:

Em relação às causas deste transtorno, podemos dizer que existem inúmeras, mas de acordo com cada enfoque científico têm se dado mais importância a umas e a outras. Assim por exemplo, diferentes autores (Badian, 1983; Fernandez Llopis & Pablo, 1991; Gerstman, 1959; Luria, 1966; Mercer, 1983; Rourkler, 1982; entre outros, como citado em Arándiga, 1998, p. 337) apontam como causas diversas de discalculia as seguintes:

  • Lesões cerebrais;
  • Alterações neurológicas;
  • Aparecimento tardio da linguagem;
  • Estados hiperemotivos;
  • Aspectos genéticos;
  • Alterações mo desenvolvimento intelectual: raciocínio lógico-abstracto;
  • Factores de maduração: atenção, memória imaginação, psicomotricidade, lateralidade, ritmo, etc.;
  • Deficiência nas habilidades verbais;
  • Alterações psicomotoras;
  • Falta de consciência dos passos a seguir;
  • Dificuldades no pensamento abstracto;
  • Falta de motivação;
  • Perturbações emocionais;
  • Problemas sócio-ambientais;
  • Absentismo escolar;
  • Transtorno de conduta;
  • Falhas estratégicas;
  • Lentidão na resposta;
  • Problemas de memória para automatizar as combinações numéricas básicas;
  • Utilização de uma linguagem inadequada para crianças;
  • Escassez de conhecimentos prévios;
  • Falta de automatização dos procedimentos simples do cálculo.
A perspectiva neuropsicológica segundo Arándiga (1998) postulou que as dificuldades de aprendizagem na matemática são os resultados dos seguintes instrumentos:

Verbal - o número como um signo linguístico.
Afasia sensorial: alterações acústico-gnósicas por lesões do temporal esquerdo.
Afasia motora: alteração da linguagem interna por lesões do frontal esquerdo.

Visuo- espacial - lesões do lobo parietal.
Alterações das imagens numéricas.
Alterações do reconhecimento espacial do número (dislexia).

Práxicos - lesões do lobo temporal parietal.
Alterações dos gestos motores (disgrafia).

Conceptual - lesões do lobo temporal-ocipital-parietal.
Perda do conceito do número.

Planificação -
Lesões da área frontal esquerda: dificuldade para planificar a resolução de problemas numéricos.
Lesões da área frontal direita: dificuldade para planificar a resolução de problemas espaciais.


O mesmo autor afirma ainda que as pessoas adultas que padeceram lesões em alguns destes instrumentos ocorre discalculia adquirida e em casos de crianças com dificuldades matemáticas, vêem a mostrar que esta funções neuropsicológicas implicadas no processo do cálculo não são adequadamente desenvolvidas (discalculia evolutiva).


Referência Bibliográfica:

Arándiga, A.V. (1998). Dificultades de Aprendizaje e intervención Psicopedagógica. Valência: Promolivro.





terça-feira, 20 de abril de 2010

Os diferentes graus de discalculia:

Romagnoli (2008), afirma que dependendo do grau de imaturidade neurológica da criança, a discalculia pode ser considerada em distintos graus:
  • Leve - os diacalcúlico reage favoravelmente à intervenção terapêutica;
  • Médio - confirgura o quadro da maioria dos que apresentam dificuldade específicas em matemática;
  • Limite - quando apresenta lesão meurológica, gerando algum defice de atenção:

A mesma autora refere que também existe a tese de que a discalculia possa ser uma dificuldade linguística, na medida em que a matemática é uma forma de linguagem. Segundo esta ideia, a criança com discalculia apresenta deficiente elaboração do pensamento devido às dificuldades no processo de interiorização da linguagem.

As causas de natureza psicológica também podem ser consideradas, pois indivíduos com alguma alteração psíquica são mais propensos a apresentar transtornos de aprendizagem, já que o emocional interfere no controlo de determinadas funções como: atenção, memória, percepção, etc. Existem explicações mas não comprovação, da determinação do gen responsável por transmitir a herança dos transtornos no cálculo. Há significativos registros de antecedentes familiares de crianças com discalculia que também apresentam dificuldades na matemática (Romagnoli, 2008).


Referência Bibliográfica:

Romagnoli, G. C. (2008). Discalculia: Um desafio na Matemática. Trabalho para conclusão do curso. Centro de Referência em Distúrbios de Aprendizagem. São Paulo.

domingo, 18 de abril de 2010

Características das crianças com DA

As suas principais características compreendem uma dificuldade de aprendizagem nos processos simbólicos: fala, leitura, escrita, aritmética, etc., independentemente de lhe terem sido proporcionadas condições adequadas de desenvolvimento (saúde, envolvimento familiar estável, oportunidades socioculturais e educacionais, etc.). A criança com DA manifesta uma discrepância no seu potencial de aprendizagem e exibe uma diversidade de comportamentos que podem ou não ser provocados no processo de informação, quer ao nível integrativo e expressivo (Fonseca, 2008).
Torna-se evidente que esta é uma população que pode manifestar uma grande variedade de características ou problemas, os quais podem surgir separadamente ou em conjunto. Ou seja, para além dos problemas já referidos anteriormente, estas crianças com DA podem manifestar vários outros problemas característicos, que não são mutuamente exclusivos.
Nesta linha, identificando noventa e nove características diferentes, Clemente (1966, como citado em Cruz, 2009, pp. 97-98) sugere que nas DA, as dez características mais vezes referidas, em função da sua frequência, são as seguintes:

  1. Hiperactividade;
  2. Problemas perceptivo-motores;
  3. Instabilidade emocional (explosões emocionais súbitas sem causa óbvia);
  4. Défices gerais de coordenação (trapalhão e coordenação motora pobre);
  5. Desordens de atenção (pequenos períodos de atenção, distractibilidade, perseveração);
  6. Impulsividade;
  7. Desordens da memória e do pensamento;
  8. "Dificuldades de aprendizagem" específicas (leitura, escrita, soletração e artméticas);
  9. Desordens da audição e da fala;
  10. Sinais neurológicos difusos, como irregularidades electroencefalográficas.
O mesmo autor, numa revisão mais detalhada sobre o assunto mostrou, que os problemas com mais frequência nesta população são os que ocorrem nos seguintes níveis:

  • Indícios neurológicos (Correia, 2008; Shaywitz, 2003; Martin, 1994; Hynd, Marshall & Gonzalez, 1991; Monedero, 1989);
  • Atenção (Kirk et al., 2005; Fonseca, 1999; Martín, 1994; Kirby & Williams, 1991; Kirk & Chalfant, 1984);
  • Percepção (Kirk et al, 1991; Fonseca, 1999; Martín, 1994; Mercer, 1994; Martínez, García & Montoro, 1993; Johnson & Myklebust, 1991; Kirby & Williams, 1991; Willows, 1991; Kirk & Chalfant, 1984);
  • Memória (Kirk et al, 1991; Fonseca, 1999; Martín, 1994; Mercer,1994; Kirby & Williams, 1991; Swanson & Cooney, 1991; Kirk & Chalfant, 1984);
  • Cognitivo (Correia, 1997, 2008; Fonseca, 1999; Kirk & Chalfant, 1984);
  • Psicolinguístico (Correia, 2008; Fonseca, 199; Martín, 1994; Mercer, 1994; Kirby & Williams, 1991; Mann, 1991; Kirk & Chalfant, 1984);
  • Actividade motora e psicomotora (Correia, 2008; Fonseca, 199; Martín, 1994; Mercer, 1994; Martinez, García & Montoro, 1993; Kirby & Williams, 1991);
  • Emocional e sócio-emocional ( Correia, 2008; Fonseca, 1999; Martín, 1994; Mercer, 1994; Bryan, 1991; Kirby & Williams, 1991; Monedero, 1989).

Hazelden Fundation (1992, como ctitado em Crz et al, 1998) uma Significativa percentagem de alunos com DA não conclui a escolariedade obrigatória, contribuindo grandemente para o insucesso escolar existente num país. Por outro lado, desta forma, a maioria dos alunos com DA não retém um emprego após ter concluído a escolaridade obrigatória. Os adolescentes com DA estão, nomeadamente no que diz respeito ao alcoolismo e à toxicodependência (Lapa, 2006). Associados às DA estão por vezes comportamentos de impusividade, de falta de atenção e muitas vezes de hiperactividade.



Referências Bibliográficas:

Cruz, V. (2009). Dificuldades de Aprendizagem Específicas.Lisboa: Lidel.

Fonseca, V. (2008). Dificuladades de Aprendizagem: abordagem neuropsicológica e psicopedagógica ao insucesso escolar (4a ed.). Lisboa: Âncora Editora.

Lapa, P.C.R. (2006). Contributo da Psicomotricidade no Desenvolvimento Global de um indivíduo com Dificuldades de A prendizagem. Estudo de caso. Monagrafia para a licenciatura em Desporto e Educação Física, Faculdade de Desporto,Universidade do Porto, Porto.

Classificação das DA

À semelhança do que se verifica no processo de definição das Dificuldades de Aprendizagem, ou talvez por essa razão, a classificação das Dificuldades de Aprendizagem também não é consensual, assumindo diferentes forma, conforme a perspectivas como se avalia a questão.
De seguida será apresentada um das varias propostas de classificação das Dificuldades de Aprendizagem.
Correia (2004, como citado em Cruz 2009, p.96), apresenta uma proposta,onde suportando-se numa vasta revisão bibliográfica, nos sugere que, até à data, já foram identificadas, pelo menos, seis categorias de Dificuldade de Aprendizagem, nomeadamente:

Auditivo - linguística - prende-se com um problema de percepção que, frequente mente, leva o aluno a ter dificuldade na execução ou compreensão das instruções que lhe dadas. Não é, portanto, um problema de acuidadeauditiva (o aluno consegue ouvir bem), ma sim de compreensão/percepção daquilo que é ouvido;

Visuo - espacial - envolve caracteristicas tão diversas como uma inabilidade para compreender a cor, para diferenciar estímulos essenciais de secundários (problemas de figura-fundo) e para visualizar orientações no espaço. Assim, aqueles alunos que apresentam problemas nas relações espaciais e direccionais têm, frequentemente, dificuldades na leitura, começando, por exemplo, por ter problemas na leitura das letras /b/ e /d/ e /p/ e /q/ (reversões).

Motora - aqui o aluno que apresenta Dificuldade de Aprendizagem ligadas à área motora tem problemas de cooordenação global ou fina, ou mesmo, de ambas , visíveis quer em casa quer na escola, criando, tantas vezes, problemas na escrita e no uso do teclado e do rato de um computador.

Organizacional - este problema leva o aluno a experimentar dificuldades quanto à localização do princípio, meio e fim de uma tarefa. O aluno tem, ainda, dificul dade em resumir e organizar informação, o que o impede, com frequência, de fazer os trabalhos de casa, apresentações orais e outras tarefas escolares afins;

Académica - esta categoria é uma das mais comuns no seio das Dificuldades de Aprendizagem. Os alunos, tanto podem apresentar problemas na área da matemática, como serem dotados nesta mesma área e terem problemas severos na área da leitura ou da escrita, ou am ambas;

Sócio-emocional - o aluno com problemas nesta área tem dificuldades em cumprir regras sociais (esperar pela sua vez) e em interpretar expressões faciais, o que faz com que seja, muitas das vezes, incapaz de desempenhar tarefas consentâneas com a saúde idade cronológica e mental.



Referências Bibliográficas:

Cruz, V. (2009). Dificuldades de Aprendizagem Específicas. Lisboa: Lidel.



segunda-feira, 12 de abril de 2010

Definição de Dificuldades de Aprendizagem

O termo de Dificuldades de Aprendizagem começou a ser usado frequentemente no inicio dos anos 60 para descrever uma serie de incapacidades relacionadas com o insucesso escolar que não deviam ou podiam ser atribuídas a outros tipos de problemas de aprendizagem (Correia, 2007).
De acordo com Correia & Martins (1999) numa perspectiva orgânica, as Dificuldades de Aprendizagem são desordens neurológicas que interferem com a recepção, integração ou expressão de informação, caracterizando-se, em geral, por discrepância acentuada entre o potencial estimado do aluno e a sua realização escolar.
As Dificuldades de Aprendizagem interferem significativamente no rendimento escolar ou nas actividades da vida diária que exigem capacidades de leitura, escrita ou matemática.
As definições que têm ocorrido até hoje sobre esta temática têm sido muito numerosa, mas infelizmente algumas delas são muito diferentes em relação as outras, dando lugar a uma pluralidade conceptual e terminológica que, em muitas ocasiões, dificulta a troca e discussão dos resultados da investigação nesta área.
Entre as múltiplas definições de Dificuldades de aprendizagem, às vezes guiadas mais por critérios clínicos do que pedagógicos e científicos, ganhou bastante aceitação a utilizada numa lei federal dos Estados Unidos (1975)Education for all handicapped children act - de qualquer forma assumida pela National Joint Commitee of Learning Disabilites (1981) onde esta, por sua vez, foi adoptada, com algumas alterações, pelo National Institute of Health (1988). Aí se insiste num grupo heterogéneo de desordens manifestadas por dificuldades essencialmente de ordem linguística e matemática, distúrbios considerados intrínsecos ao indíviduo, devido fundamentalmente a disfunções neurológicas ( lesão cerebral, disfunção cerebral mínimas), embora possam ocorrer juntamente com outras deficiências ou com influências extrínsecas. Todavia, as expressões "lesão cerebral" e ainda "disfunção cerebral mínima" não foram aceites por muitas autores. Para não falar unicamente em etiologia neurológica, Johnson e Myklebust (1967) propuseram e expressão "dificuldades psiconeurológicas", fazendo a ligação entre o cerebral e o psíquico (cf. Beltrán e Bueno (Eds), 1995, p.379, como citado em Oliveira, 2007).



Referências Bibliograficas:

Correia,L.M. (2007). Para uma difinição portuguesa de dificuldades de aprendizagem específicas. Revista Brasileira, 13(2), 155-172.

Correia, L.M., & Martins, A.P. (1999). Dificuldades de Aprendizagem: que são? Como entenddê-las?. Biblioteca Digital. Porto: Porto Editora.

Oliveira, J.B. (2007). Psicologia da Educação Aprensdizagem/Aluno.Porto: Legis Editora.